quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Existe uma terrível realidade que se apreende quando compartilhamos parte dos nossos momentos com pessoal, exageradamente, proveniente do núcleo de saúde. Nunca é apenas um mau jeito, uma dor de cabeça, uma alergia ou uma mudança de tempo.

Há profissões assim, que não têm um botão para desligar. Nunca se deixa de ser os médicos, ou os enfermeiros, os farmacêuticos.

Parecendo que não, e afianço que muita gente não alcança a consequência deste facto, perde-se grande parte dos temas de conversa quando nos deixamos de queixar de alguma dor.

É fastidioso ir beber café com “os doutores”, sentir aquela moinha persistente e pensar, reiteradamente, “Não vou dizer que estou com dores, não me vou queixar, vou guardar para mim, força força.”. Exige um esforço hercúleo, após sentir a inoculação de dor, continuar a caminhar sem vacilar, ou sem resfolegar para dissipar a dor…só para evitar a conversa do costume.

Nunca se sugere um unguento, ou aquele massagista mesmo bom a que fomos há quinze dias, nunca é do tempo, nem “passa já”… Ouvem-se os costumeiros vaticínios, mal se começa a queixa já se está à beira da morte, com uma doença terminal a palpitar nos confins do nosso corpo.

Azedou.

2 comentários:

AC disse...

Concordo contigo, o pessoal da saúde, fala quase sempre dos mesmos temas.É por isso que eu fujo de sair com colegas de profissão, gosto de falar de assuntos vários e de aprender coisas novas...e aqui entre nós qualquer dor já é um filme,que termina em internamento hospitalar ou morte, mas tudo isso é porque vimos muitas coisas estranhas e muitas quase impossíveis de acontecer:)

Ps.tens uma pergunta para ti no meu estaminé..ref. a 05/09

James disse...

AC, já vou lá ver!

Eu estive prestes a ser cortado em pleno café.