Não acredito nessas bargantarias a que chamam “amor à primeira vista”. Acho que o amor, implica um conhecimento profundo da pessoa a quem dirigimos o nosso amor, das manias, dos gostos, das qualidades e dos defeitos. Não se ama o que não se conhece.
Nunca me arrebataram à primeira vista, muito menos amei. Já tive vontade de carregar a criatura até casa e dar-lhe uma grande experiência de vida, já me ocorreu perguntar o nome, ou até encostá-la à vedação e dizer-lhe que é exactamente como eu gosto, fisicamente claro está.
Dito isso…hoje surgiu-me uma dúvida.
Quando uma pessoa nos conhece, profundamente, por engano, numa questão de cinco minutos, é possível apaixonar-se? Sendo possível, é considerado à primeira vista?
É que acabei de me enganar a mandar o meu curriculum vitae, anexo a uma piada muito interessante destinada à pessoa que deveria ter recebido o dito. Malditos e-mails parecidos.
O meu curriculum vitae só descreve, ao detalhe, tudo o que já fiz na vida em termos profissionais e académicos, acrescentando a minha morada, os meus contactos, a minha fotografia.
Ruborizei, admito.
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
Misantropo
Costumam convidar-me para ir beber café. Por vezes aceito, porque não tenho nada para fazer, estou obstruído por uma página ridícula de um livro que não é tão bom quanto eu esperava, o trabalho corre-me bem e não me apetece ficar em casa a ver um filme repetido.
Não concebo a lógica de me seduzirem para beber café e me encaminharem para um bar repleto de alminhas. Beber café, na verdadeira elevação do termo, deve ser feito num café de bairro, com duas ou três pessoas ao balcão, uma ou duas mesas ocupadas, o som do rádio a invadir-me os ouvidos.
Não foi assim que aconteceu.
Éramos para ser três rapazes, passamos a ser três rapazes e duas raparigas. Era suposto beber-se um café, talvez um café com canela, sem açúcar e com natas, mas acabaram por beber cocktails sem álcool. Era para ser uma coisa rápida, já que demoro dois minutos a beber o maldito café, mas acabou por tardar uma noite inteira.
Era para voltar sozinho para casa, dei por mim a ter seis pessoas na minha cozinha, a comer um sobrepasto cozinhado, obstinadamente, por mim.
Esperei que saíssem, não aconteceu logo, não contestei porque não sabia como, mas saíram. Levei uma rapariga a casa, esperei que entrasse em casa, voltei para a base.
Deitei-me e pensei que as pessoas não são lógicas. O telemóvel vibrou e vi um agradecimento pela sobremesa e pela boleia.
Terminantemente, as pessoas não são a minha praia.
Não concebo a lógica de me seduzirem para beber café e me encaminharem para um bar repleto de alminhas. Beber café, na verdadeira elevação do termo, deve ser feito num café de bairro, com duas ou três pessoas ao balcão, uma ou duas mesas ocupadas, o som do rádio a invadir-me os ouvidos.
Não foi assim que aconteceu.
Éramos para ser três rapazes, passamos a ser três rapazes e duas raparigas. Era suposto beber-se um café, talvez um café com canela, sem açúcar e com natas, mas acabaram por beber cocktails sem álcool. Era para ser uma coisa rápida, já que demoro dois minutos a beber o maldito café, mas acabou por tardar uma noite inteira.
Era para voltar sozinho para casa, dei por mim a ter seis pessoas na minha cozinha, a comer um sobrepasto cozinhado, obstinadamente, por mim.
Esperei que saíssem, não aconteceu logo, não contestei porque não sabia como, mas saíram. Levei uma rapariga a casa, esperei que entrasse em casa, voltei para a base.
Deitei-me e pensei que as pessoas não são lógicas. O telemóvel vibrou e vi um agradecimento pela sobremesa e pela boleia.
Terminantemente, as pessoas não são a minha praia.
Melhor hora para discutir
Não gosto de discutir. Nunca gostei.
Aquelas discussões fundadas apenas na teimosia, que se vão repetindo, repetindo, até nada mais poder ser dito, até já não se querer estar com a pessoa, cansam-me, arruínam-me qualquer possibilidade de bom humor.
Nunca se dissolve, completamente, uma discussão. Fica sempre aquela réstia de mágoa, o ressentimento recalcado, aqueles argumentos não ditos à espera do momento ideal para emergir. Mesmo depois da discussão terminar, continuamos a pensar em argumentos que poderíamos ter usado, em ideias que nos dariam a “vitória” na discussão.
Não há uma sem duas, não há duas sem três, por aí adiante.
Concordo que certas discussões tenham que ocorrer, mas não gosto na mesma. Não gosto de discutir com uma mulher, muito menos com a mulher que está comigo.
O motivo é simples: Não dá para parar, mesmo que a decisão seja esta.
Quantas vezes já vos aconteceu…
“Vou dormir, não me chateies”, diz ela, furiosa com alguma coisa que o homem não sabe ao certo.
“Dorme bem”, replica ele, achando que é o melhor, o mais apaziguador.
Arranja-se para dormir, deita-se e, sinceramente, quer dormir…
Encontrava-se ele longe de saber que o despretensioso facto de aceitar que ela vá dormir, sendo que ela demandou fazê-lo, seria objecto de discussão mais umas quantas horas.
Ouvi agora dizer, meus caros, que a melhor hora para discutir é às oito da manhã. Parece que os níveis de cortisol estão mais elevados, lida-se melhor com o stress e, por isso mesmo, a discussão torna-se mais justa…Cientistas.
Aquelas discussões fundadas apenas na teimosia, que se vão repetindo, repetindo, até nada mais poder ser dito, até já não se querer estar com a pessoa, cansam-me, arruínam-me qualquer possibilidade de bom humor.
Nunca se dissolve, completamente, uma discussão. Fica sempre aquela réstia de mágoa, o ressentimento recalcado, aqueles argumentos não ditos à espera do momento ideal para emergir. Mesmo depois da discussão terminar, continuamos a pensar em argumentos que poderíamos ter usado, em ideias que nos dariam a “vitória” na discussão.
Não há uma sem duas, não há duas sem três, por aí adiante.
Concordo que certas discussões tenham que ocorrer, mas não gosto na mesma. Não gosto de discutir com uma mulher, muito menos com a mulher que está comigo.
O motivo é simples: Não dá para parar, mesmo que a decisão seja esta.
Quantas vezes já vos aconteceu…
“Vou dormir, não me chateies”, diz ela, furiosa com alguma coisa que o homem não sabe ao certo.
“Dorme bem”, replica ele, achando que é o melhor, o mais apaziguador.
Arranja-se para dormir, deita-se e, sinceramente, quer dormir…
Encontrava-se ele longe de saber que o despretensioso facto de aceitar que ela vá dormir, sendo que ela demandou fazê-lo, seria objecto de discussão mais umas quantas horas.
Ouvi agora dizer, meus caros, que a melhor hora para discutir é às oito da manhã. Parece que os níveis de cortisol estão mais elevados, lida-se melhor com o stress e, por isso mesmo, a discussão torna-se mais justa…Cientistas.
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